domingo, 28 de fevereiro de 2010

Adeus, Mindlin! Grande homem



Adeus, Mindlin. O que dizer?

Colecionador de livros desde os treze anos, investiu parte do seu patrimônio na formação de uma imensa biblioteca de títulos relacionados à cultura brasileira. Além de colecionar, o bibliófilo também patrocinou a publicação de fac-símiles de fundamental importância para a história do livro e da leitura no Brasil. Tais como, a revista literária modernista Revista de Antropofagia (1975), neste projeto Mindlin teve a preocupação de reproduzir as edições de 1928 e 1929 e conta também com uma introdução de Augusto de Campos. Outra contribuição de Mindlin foi o fac-símile do manuscrito de O Quinze (2008), obra da escritora Raquel de Queiroz. O manuscrito, de 78 anos, pertencia ao acervo do bibliófilo. O projeto editorial e a apresentação gráfica ficaram a cargo da arquiteta Diana Mindlin. Os dois volumes impressos, com apresentação do bibliófilo José Mindlin foram distribuídos gratuitamente nas bibliotecas, universidades e colecionadores.

O original de O Quinze foi tido durante muitos anos como desaparecido, José Mindlin conseguiu comprá-lo de uma pessoa que somente o vendeu com o compromisso de que seu anonimato fosse mantido. E mais: que apenas depois da morte de Rachel de Queiroz pudesse ser revelada a guarda do manuscrito na biblioteca de José Mindlin. A publicação permitirá a um grande número de pesquisadores fazer estudos com edições mais recentes da obra.

Esta trajetória movida por uma paixão pelo livro e pela leitura nos permite, hoje, ter acesso a obras raras disponíveis na Coleção Brasiliana doada por ele à Univerdidade de São Paulo - USP. O acervo conta com 20 mil títulos entre relatos de viajantes, literatura brasileira e portuguesa, documentos, folhetos e várias primeiras edições de obras importantes.


E voltando a questão inicial, só tenho uma coisa a dizer: obrigada.