tag:blogger.com,1999:blog-13669876751398899032024-03-13T14:39:10.724-07:00Olhar EnviesadoVeronica Castanheirahttp://www.blogger.com/profile/11492171946661933724noreply@blogger.comBlogger44125tag:blogger.com,1999:blog-1366987675139889903.post-68047039388596462262019-09-21T16:43:00.001-07:002019-09-21T16:43:50.504-07:00<a href="https://1.bp.blogspot.com/-L3EfAIfhu9g/XYa1PQzDPtI/AAAAAAAAg8g/ohHXer-7YSAYiaTG4e3ONThaUwjHJmH2gCLcBGAsYHQ/s1600/70702409_10215282336553107_6326341279156273152_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="360" data-original-width="468" height="153" src="https://1.bp.blogspot.com/-L3EfAIfhu9g/XYa1PQzDPtI/AAAAAAAAg8g/ohHXer-7YSAYiaTG4e3ONThaUwjHJmH2gCLcBGAsYHQ/s200/70702409_10215282336553107_6326341279156273152_n.jpg" width="200" /></a><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Nove anos se passaram para retomar a escrita. Tanta coisa aconteceu que não dá para explicar em uma simples publicação, até porque seria um romance. </span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">A vida de todos é assim "<span style="background-color: white;">esquenta</span><span style="background-color: white;"> e </span><span style="background-color: white;">esfria</span><span style="background-color: white;">, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem", disse Guimarães Rosa.</span></span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="background-color: white;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="background-color: white;">Modestamente, coragem pra mudar o que não estava dando certo sempre tive, mas daí a dizer que foi a melhor opção, sei não. Na verdade a gente nunca sabe, tomamos uma decisão porque nos sentimos sufocados, angustiados, tolidos de autenticidade. </span></span><span style="background-color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Como me sinto agora. </span><br />
<span style="background-color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="background-color: white;">De manhã, entre um e outro exercício de musculação, meus olhos fixaram-se em um ponto distante, entrei em transe por alguns segundos, a mente parece ter viajado a quilômetros de distância em um frame curto. Voltei. Senti raiva, incômodo, vontade de gritar. Eis-me aqui, atada ao verbo. </span></span>Veronica Castanheirahttp://www.blogger.com/profile/11492171946661933724noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1366987675139889903.post-61557157441249015092010-11-09T06:21:00.000-08:002010-11-09T07:03:07.991-08:00A exposição é uma morte lentaCada vez que me exponho aqui e nas redes sociais eu morro um pouco. Simplesmente deixo de ser eu e passo a ser um passado revisistado por seres virtuais. Na maioria das vezes cito, mostro, apelo para outras vozes, é mais fácil, menos doloroso do que mostrar o meu lado canalha.Veronica Castanheirahttp://www.blogger.com/profile/11492171946661933724noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1366987675139889903.post-35732503209197759472010-05-08T16:30:00.000-07:002010-05-08T16:32:57.214-07:00A indecência pode ser saudável(D.H. Lawrence - 1885 ~ 1930)<br /><br />A indecência pode ser normal, saudável;<br />na verdade, um pouco de indecência é necessário em toda vida para a manter normal, saudável.<br />E um pouco de putaria pode ser normal, saudável.<br />Na verdade, um pouco de putaria é necessário em toda vidapara a manter normal, saudável.<br />Mesmo a sodomia pode ser normal, saudável,desde que haja troca de sentimento verdadeiro.<br /><br />Mas se alguma delas for para o cérebro, aí se torna perniciosa:<br />a indecência no cérebro se torna obscena, viciosa,<br />a putaria no cérebro se torna sifilítica<br />e a sodomia no cérebro se torna uma missão,<br />tudo, vício, missão, insanamente mórbido.<br /><br />Do mesmo modo, a castidade na hora própria é normal e bonita.<br />Mas a castidade no cérebro é vício, perversão.<br />E a rígida supressão de toda e qualquer indecência, putaria e relações assimleva direto a furiosa insanidade.<br />E a quinta geração de puritanos, se não for obscenamente depravada,é idiota.<br />Por isso, você tem de escolher.Veronica Castanheirahttp://www.blogger.com/profile/11492171946661933724noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1366987675139889903.post-4351032896096931122010-03-02T07:01:00.000-08:002010-03-02T07:14:12.593-08:00<a href="http://2.bp.blogspot.com/_tWgvfsTJrk8/S40okv9gOFI/AAAAAAAAAPI/ajszvh71tZU/s1600-h/17_david_carson.jpg"><img style="WIDTH: 400px; HEIGHT: 266px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5444052136375629906" border="0" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_tWgvfsTJrk8/S40okv9gOFI/AAAAAAAAAPI/ajszvh71tZU/s400/17_david_carson.jpg" /></a><br /><div><a href="http://2.bp.blogspot.com/_tWgvfsTJrk8/S40okfVxG3I/AAAAAAAAAPA/4EzZesZI6Bk/s1600-h/14_david_carson.jpg"><img style="WIDTH: 400px; HEIGHT: 266px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5444052131913997170" border="0" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_tWgvfsTJrk8/S40okfVxG3I/AAAAAAAAAPA/4EzZesZI6Bk/s400/14_david_carson.jpg" /></a><br /><br /><div><a href="http://3.bp.blogspot.com/_tWgvfsTJrk8/S40okD4fwTI/AAAAAAAAAO4/5GtYxGLF2gQ/s1600-h/12_david_carson.jpg"><img style="WIDTH: 400px; HEIGHT: 266px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5444052124543467826" border="0" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_tWgvfsTJrk8/S40okD4fwTI/AAAAAAAAAO4/5GtYxGLF2gQ/s400/12_david_carson.jpg" /></a><br /><br /><br /><div align="justify"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_tWgvfsTJrk8/S40ojzb4SDI/AAAAAAAAAOw/iQH_VIZ_WSQ/s1600-h/03_david_carson.jpg"><img style="WIDTH: 400px; HEIGHT: 266px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5444052120128473138" border="0" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_tWgvfsTJrk8/S40ojzb4SDI/AAAAAAAAAOw/iQH_VIZ_WSQ/s400/03_david_carson.jpg" /></a><br /><br />Algumas páginas do livro "The end of the print" - projeto gráfico de David Carson<br />www.davidcarsondesign.com<br /><br />É incrível como David Carson não foi compreendido nem mesmo aceito por boa parte dos designers. Alguns o criticam pelo fato de não ter uma "formação" acadêmica. Ainda bem, né! Ele inovou a estética gráfica nos anos 1990, quando apresentou a proposta de ilustrar com a tipografia, destituindo-na apenas do papel da legibilidade. Hoje é lugar comum identificarmos essa estética em revistas, sites e demais mídias. Uma obra de arte e de muito talento.</div></div></div>Veronica Castanheirahttp://www.blogger.com/profile/11492171946661933724noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1366987675139889903.post-71579886234967872010-03-02T06:44:00.001-08:002010-03-02T06:46:59.327-08:00Engavetamento da História<div align="justify"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_tWgvfsTJrk8/S40kbtI3F6I/AAAAAAAAAOo/YEOFBWfdNjo/s1600-h/Hist%C3%B3riaemgavetas.jpg"><img style="WIDTH: 276px; HEIGHT: 400px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5444047582952626082" border="0" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_tWgvfsTJrk8/S40kbtI3F6I/AAAAAAAAAOo/YEOFBWfdNjo/s400/Hist%C3%B3riaemgavetas.jpg" /></a><br /><br />O "Engavetamento da História" trata-se de uma prática muito comum encontrada nas principais universidades brasileiras e estrangeiras. O seu objetivo principal é delimitar o pensamento intelectual em gavetas que podem ser feitas de ferro maciço ou mesmo de plástico transparente. Cada gaveta possui um título que naturalmente confere um sentido específico à prática do historiador. Assim, por exemplo, é possível encontrar gavetas de história política, de história cultural, de história comparada, de história das mentalidades etc.<br /><br />Acima, vocês podem conferir a propaganda de tal prática que vem sendo divulgada aos interessados em ingressar neste maravilhoso espaço do saber universal, denominado vulgarmente, a Universidade.</div>Veronica Castanheirahttp://www.blogger.com/profile/11492171946661933724noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1366987675139889903.post-47713116456500799472010-02-28T08:49:00.000-08:002010-02-28T09:39:27.786-08:00Adeus, Mindlin! Grande homem<a href="http://4.bp.blogspot.com/_tWgvfsTJrk8/S4qfAHxjsPI/AAAAAAAAAOg/vjAx84Wb2Og/s1600-h/projetobrasilianajosemidlinweb.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5443337924066390258" style="WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 266px" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/_tWgvfsTJrk8/S4qfAHxjsPI/AAAAAAAAAOg/vjAx84Wb2Og/s400/projetobrasilianajosemidlinweb.jpg" border="0" /></a><br /><br /><strong>Adeus, Mindlin. O que dizer? </strong><br /><br /><div align="justify">Colecionador de livros desde os treze anos, investiu parte do seu patrimônio na formação de uma imensa biblioteca de títulos relacionados à cultura brasileira. Além de colecionar, o bibliófilo também patrocinou a publicação de fac-símiles de fundamental importância para a história do livro e da leitura no Brasil. Tais como, a revista literária modernista <em>Revista de Antropofagia</em> (1975), neste projeto Mindlin teve a preocupação de reproduzir as edições de 1928 e 1929 e conta também com uma introdução de Augusto de Campos. Outra contribuição de Mindlin foi o fac-símile do manuscrito de <em>O Quinze</em> (2008), obra da escritora Raquel de Queiroz. O manuscrito, de 78 anos, pertencia ao acervo do bibliófilo. O projeto editorial e a apresentação gráfica ficaram a cargo da arquiteta Diana Mindlin. Os dois volumes impressos, com apresentação do bibliófilo José Mindlin foram distribuídos gratuitamente nas bibliotecas, universidades e colecionadores.<br /><br />O original de O Quinze foi tido durante muitos anos como desaparecido, José Mindlin conseguiu comprá-lo de uma pessoa que somente o vendeu com o compromisso de que seu anonimato fosse mantido. E mais: que apenas depois da morte de Rachel de Queiroz pudesse ser revelada a guarda do manuscrito na biblioteca de José Mindlin. A publicação permitirá a um grande número de pesquisadores fazer estudos com edições mais recentes da obra.<br /><br />Esta trajetória movida por uma paixão pelo livro e pela leitura nos permite, hoje, ter acesso a obras raras disponíveis na Coleção Brasiliana doada por ele à Univerdidade de São Paulo - USP. O acervo conta com 20 mil títulos entre relatos de viajantes, literatura brasileira e portuguesa, documentos, folhetos e várias primeiras edições de obras importantes.</div><div align="justify"> </div><div align="justify"></div><div align="justify"><a href="http://www.brasiliana.usp.br/bbm_historia"><span style="color:#000066;">http://www.brasiliana.usp.br/bbm_historia</span></a></div><div align="justify"> </div><div align="justify"></div><div align="justify"><br /><br />E voltando a questão inicial, só tenho uma coisa a dizer: obrigada.</div>Veronica Castanheirahttp://www.blogger.com/profile/11492171946661933724noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1366987675139889903.post-17395498091034008882010-02-26T05:14:00.000-08:002010-02-26T05:15:41.738-08:00http://www.youtube.com/watch?v=4tXaegGCuBgVeronica Castanheirahttp://www.blogger.com/profile/11492171946661933724noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1366987675139889903.post-49642727434919596112010-01-20T18:47:00.000-08:002010-01-20T18:57:18.994-08:00<div align="justify">Em tempos de desintegração é preciso uma boa dose de imaginação para suportá-lo. Ter muitas identidades pode ser um caminho para não cair no rótulo do bom cidadão, neste enquadramento tolo e alienador do politicamente correto. Não nos damos conta, mas é sempre a mesma rotina medíocre que milhares de pessoas levam diariamente. Não posso jamais ser funcionária pública, credo, dá até medo. Sempre que recebo o informe de concurso público lembro do livro do Orwell, o 1984. Depois que li esse livro não consigo mais desvincular a idéia do Estado como um personagem de ficção autoritário. O pior é que ainda assim faço a inscrição nesses concursos. Mas o que me dá mais medo mesmo é a conformação das pessoas. Sabe aquele papo escroto que é assim mesmo e que nada vai mudar? Pois é. Não agüento. Não fico nem perto de gente assim, é uma virose fatal. Daquelas que vão matando aos poucos. Porque essas pessoas não lêem um bom romance? Porque não aprendem a imaginar? Esse é o grande barato de ser historiadora. Não, não é o fetiche pelo documento o meu tesão. Não suporto os arquivos empoeirados, cheirando a mofo e morte. Gosto da imaginação intrínseca do oficio de historiar. Mas queria mesmo é viver de arte. Porque somente assim sinto a liberdade acareciar-me a face. Por isso não paro nunca e me invento a cada dia. Sou designer gráfica, fotógrafa e historiadora ou vice e versa. Posso ser também qualquer outra coisa em qualquer outro dia. Descobri que o segredo é desaprender a cada dia, para não conformar. A vida não pode e nem deve ser assim, tão vazia, rápida e fluida. Ei, não são as imagens que nos definem, cuidado, isso é uma armadilha. Viver é correr o risco permanentemente. Eu corro sempre. Sou 330 por hora. Tenho mil projetos, idéias e sonhos. Dizem que sou romântica. Mais uma vez, cuidado, são apenas rótulos sem graça e sem design. </div>Veronica Castanheirahttp://www.blogger.com/profile/11492171946661933724noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1366987675139889903.post-48180179258493307402010-01-19T17:01:00.000-08:002010-01-19T17:21:39.810-08:00Portifólio<a href="http://2.bp.blogspot.com/_tWgvfsTJrk8/S1ZYDY_cZxI/AAAAAAAAANk/PBQ4Bob0wG8/s1600-h/Marmoarias.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5428623216113116946" style="WIDTH: 150px; CURSOR: hand; HEIGHT: 200px" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_tWgvfsTJrk8/S1ZYDY_cZxI/AAAAAAAAANk/PBQ4Bob0wG8/s200/Marmoarias.jpg" border="0" /></a><br />Marmoarias<br />Exposição Recortes Recentes<br />Atelier da Imagem, 2004<br /><br /><br /><br /><div align="center"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_tWgvfsTJrk8/S1ZWCcDMotI/AAAAAAAAANc/6RXZsC6a2bU/s1600-h/1)+movimento.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5428621000731042514" style="WIDTH: 109px; CURSOR: hand; HEIGHT: 200px" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_tWgvfsTJrk8/S1ZWCcDMotI/AAAAAAAAANc/6RXZsC6a2bU/s200/1)+movimento.jpg" border="0" /></a><br />Série Estudos de movimento da cor, 2004</div><div align="center">Mostra de Arte Contemporânea</div><div align="center">Laurinda Santos Lobo, 2004</div><p></p><br /><br /><p></p><br /><p align="right"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_tWgvfsTJrk8/S1ZZnoOoPjI/AAAAAAAAAN0/BUYCjy4qZKw/s1600-h/DSC_0025.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5428624938190257714" style="WIDTH: 200px; CURSOR: hand; HEIGHT: 130px" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_tWgvfsTJrk8/S1ZZnoOoPjI/AAAAAAAAAN0/BUYCjy4qZKw/s200/DSC_0025.JPG" border="0" /></a></p><div align="right">Verosímel</div><div align="right">UniversidArte, 2000</div>Veronica Castanheirahttp://www.blogger.com/profile/11492171946661933724noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1366987675139889903.post-34124946825899741982010-01-19T16:43:00.000-08:002010-01-19T17:01:00.743-08:00Um pouco de flamenco<p align="center">Fotografei algumas Companhias de Dança Flamenca durante alguns anos, tenho um acervo em filme bastante extenso.<br /></p><p align="center"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_tWgvfsTJrk8/S1ZVJGZufqI/AAAAAAAAANM/0QZ3xbFeFNk/s1600-h/Fotograma.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5428620015667412642" style="WIDTH: 200px; CURSOR: hand; HEIGHT: 135px" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_tWgvfsTJrk8/S1ZVJGZufqI/AAAAAAAAANM/0QZ3xbFeFNk/s200/Fotograma.jpg" border="0" /></a></p><p align="center"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_tWgvfsTJrk8/S1ZSqpvMRhI/AAAAAAAAAMk/wQFtM3z4LmM/s1600-h/tocamadera.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5428617293553485330" style="WIDTH: 200px; CURSOR: hand; HEIGHT: 130px" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_tWgvfsTJrk8/S1ZSqpvMRhI/AAAAAAAAAMk/wQFtM3z4LmM/s200/tocamadera.jpg" border="0" /></a></p><p align="center"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_tWgvfsTJrk8/S1ZSqx-pu4I/AAAAAAAAAMs/-k4pF7xru04/s1600-h/simone4.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5428617295765814146" style="WIDTH: 200px; CURSOR: hand; HEIGHT: 136px" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_tWgvfsTJrk8/S1ZSqx-pu4I/AAAAAAAAAMs/-k4pF7xru04/s200/simone4.jpg" border="0" /></a></p><p align="center"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_tWgvfsTJrk8/S1ZSro33sXI/AAAAAAAAAM8/n5AiDB_RYgo/s1600-h/simone3.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5428617310501319026" style="WIDTH: 140px; CURSOR: hand; HEIGHT: 200px" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_tWgvfsTJrk8/S1ZSro33sXI/AAAAAAAAAM8/n5AiDB_RYgo/s200/simone3.jpg" border="0" /></a></p><p align="center"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_tWgvfsTJrk8/S1ZVJeSognI/AAAAAAAAANU/1gsHpcDyBPY/s1600-h/simone2.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5428620022080111218" style="WIDTH: 147px; CURSOR: hand; HEIGHT: 200px" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_tWgvfsTJrk8/S1ZVJeSognI/AAAAAAAAANU/1gsHpcDyBPY/s200/simone2.jpg" border="0" /></a></p>Veronica Castanheirahttp://www.blogger.com/profile/11492171946661933724noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1366987675139889903.post-47873091146232786692009-09-29T09:30:00.000-07:002009-09-29T09:41:54.743-07:00Historiareu historio<br />tu historias<br />ele/ela historia<br />nós historiamos<br />vós historiais<br />eles historiam<br /><br />ATENÇÃO: No novo verbo da língua portuguesa, <em>historiar</em>, na terceira pessoa do singular ocorre uma transformação gramatical: de verbo torna-se um conceito, incrível, não é?<br /><br />A história é sempre o outro, por isso nunca abarcamos o seu sentido na íntegra. Somente existe na conjugação, no ato, no processo de investigação. Por isso, nós historiamos permanentemente...Veronica Castanheirahttp://www.blogger.com/profile/11492171946661933724noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1366987675139889903.post-38738420530646053262009-05-01T08:53:00.000-07:002009-05-02T08:57:59.204-07:00Dia do Trabalhador ou o Estatuto do HomemEm comemoração ao Dia do Trabalhador, convido a todos a reler a poesia do mestre Thiago de Mello, uma ode à liberdade e à igualdade de direitos:<br /><br />Os Estatutos do Homem (Ato Institucional Permanente)<br /><br />Artigo I<br />Fica decretado que agora vale a verdade. agora vale a vida, e de mãos dadas, marcharemos todos pela vida verdadeira.<br /><br />Artigo II<br />Fica decretado que todos os dias da semana, inclusive as terças-feiras mais cinzentas, têm direito a converter-se em manhãs de domingo.<br /><br />Artigo III<br />Fica decretado que, a partir deste instante, haverá girassóis em todas as janelas, que os girassóis terão direito a abrir-se dentro da sombra; e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro, abertas para o verde onde cresce a esperança.<br /><br />Artigo IV<br />Fica decretado que o homem não precisará nunca mais duvidar do homem. Que o homem confiará no homem como a palmeira confia no vento, como o vento confia no ar, como o ar confia no campo azul do céu. Parágrafo único: O homem, confiará no homem como um menino confia em outro menino.<br /><br />Artigo V<br />Fica decretado que os homens estão livres do jugo da mentira. Nunca mais será preciso usar a couraça do silêncio nem a armadura de palavras. O homem se sentará à mesa com seu olhar limpo porque a verdade passará a ser servida antes da sobremesa.<br /><br />Artigo VI<br />Fica estabelecida, durante dez séculos, a prática sonhada pelo profeta Isaías, e o lobo e o cordeiro pastarão juntos e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.<br /><br />Artigo VII<br />Por decreto irrevogável fica estabelecido o reinado permanente da justiça e da claridade, e a alegria será uma bandeira generosa para sempre desfraldada na alma do povo.<br /><br />Artigo VIII<br />Fica decretado que a maior dor sempre foi e será sempre não poder dar-se amor a quem se ama e saber que é a água que dá à planta o milagre da flor.<br /><br />Artigo IX<br />Fica permitido que o pão de cada dia tenha no homem o sinal de seu suor. Mas que sobretudo tenha sempre o quente sabor da ternura.<br /><br />Artigo X<br />Fica permitido a qualquer pessoa, qualquer hora da vida, uso do traje branco.<br /><br />Artigo XI<br />Fica decretado, por definição, que o homem é um animal que ama e que por isso é belo, muito mais belo que a estrela da manhã.<br /><br />Artigo XII<br />Decreta-se que nada será obrigado nem proibido, tudo será permitido, inclusive brincar com os rinocerontes e caminhar pelas tardes com uma imensa begônia na lapela. Parágrafo único: Só uma coisa fica proibida: amar sem amor.<br /><br />Artigo XIII<br />Fica decretado que o dinheiro não poderá nunca mais comprar o sol das manhãs vindouras. Expulso do grande baú do medo, o dinheiro se transformará em uma espada fraternal para defender o direito de cantar e a festa do dia que chegou.<br /><br /><strong>Artigo Final. </strong><br /><strong>Fica proibido o uso da palavra liberdade, a qual será suprimida dos dicionários e do pântano enganoso das bocas. A partir deste instante a liberdade será algo vivo e transparente como um fogo ou um rio, e a sua morada será sempre o coração do homem. </strong><br /><br />Santiago do Chile, abril de 1964Veronica Castanheirahttp://www.blogger.com/profile/11492171946661933724noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1366987675139889903.post-30516690919917844492008-12-19T05:24:00.000-08:002008-12-19T05:26:50.225-08:00Quando a arte transforma a vida...<div align="justify">Assisti o filme "Orquestra de Meninos", não pude me conter de emoção e escrevo, ainda, com olhos marejados só de pensar na luta e na garra do maestro Mozart ao transformar uma realidade tão assustadora em beleza e sonho. Tive a honra de conhece-los na década de 1990, por volta de 95, um pouco antes de estourar o escândalo sórdido que envolveu o maestro. Lembro de ter me emocionado ao ouvir o solo de uma menina cantando a Bachiana Brasileira n°5 de Villa Lobos num palco do CCBB, neste momento eles estavam lançando o seu primeiro cd no Rio. É como se através da música que eles fazem também pudéssemos sentir talvez um milésimo da dor que um dia estas crianças sofreram, mas que transcenderam através da arte e do direito de sonhar.<br /><br />A brilhante iniciativa do diretor Paulo Thiago em filmar a história de luta do maestro Mozart , em São Caetano, Pernambuco, é um ato político, pois ao faze-lo o filme tornou-se um documento público da injustiça cometida contra ele. Apesar de ser um filme de ficção, baseado em fatos reais, acaba por assumir a forma de um documento, de um registro de inestimável valor político. Porque toda luta travada pelo maestro para conseguir levar adiante o seu sonho de uma orquestra de crianças no agreste é uma belíssima demonstração de amor à vida.<br /><br />O filme-documento é um marco para pensarmos também que a realidade transformada pelo maestro Mozart está além da história e dos intelectuais que teorizam sobre a miséria da vida, está além daqueles que se dizem revolucionários de esquerda e que não movem uma pena para mudar a situação do seu vizinho, está além dos que esperam por salvadores e além, muito além de qualquer político e naturalmente alguma iniciativa política em direção a uma igualdade de direitos.<br /><br /><br />Para quem quiser assitir o trailler do filme, confira:<br /><a onclick="return top.js.OpenExtLink(window,event,this)" href="http://br.youtube.com/watch?v=qlVu-KdFDO8&NR=1" target="_blank">http://br.youtube.com/watch?v=qlVu-KdFDO8&NR=1</a><br /><br />Salve o maestro Mozart e os Meninos de São Caetano!</div>Veronica Castanheirahttp://www.blogger.com/profile/11492171946661933724noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1366987675139889903.post-42066925224479732862008-11-17T10:50:00.000-08:002008-11-17T10:57:26.683-08:00Ponto Cine, ponto de ebulição<div align="justify">No último domingo, na revista do jornal O Globo foi publicada uma matéria muito interessante e sensível sobre a sala de cinema Ponto Cine em Guadalupe. Gostaria de reproduzi-la por inteiro, mas estou sem tempo para digitar. Então escolhi alguns trechos da mesma e reproduzo, abaixo, quem tiver a revista vale a pena lê-la. Escrita pelo jornalista Marcelo Balbio, a matéria valoriza a iniciativa de Adailton Medeiros, o idealizador da sala, e seus espectadores. Ao conversar com a dona Rosa Maria da Luz Silva, de 59 anos, frequentadora assídua da sala desde 2006 quando foi inaugurada, ela conta um pouco sobre sua experiência: <em>Na época, pouca gente sabia que o cinema tinha sido aberto. Eu fui uma das primeiras. Adoro isso aqui. Já fiz até poesia para o Ponto Cine: </em></div><div align="justify"><em></em></div><div align="justify"><em>Ponto de admiração, de quem o visita, pela primeira vez</em></div><div align="justify"><em>Ponto de ebulição, de diálogos, debates, questões, interrogações</em></div><div align="justify"><em>Ponto de encontro, de amigos e tribos, Zona Norte, Oeste e Sul</em></div><div align="justify"><em>Ponto de confluência, de diferentes estilos, cinema nosso - novo e antigo</em></div><div align="justify"><em>Ponto de passagem, de viagem, na hora mágica do filme</em></div><div align="justify"><em>Ponto Cine, nunca ponto, final, sempre ponto, de partida</em>.<br /><br />Para atrair a atenção dos espectadores para o cinema, uma van percorre praças, escolas, bailes funk e outras áreas da vizinhança, exibindo traillers dos filmes. Também faz campanhas em rádios comunitárias e mantém projetos como o Pró-Social Cinema, patrocinado pela Petrobrás, que exibe filmes gratuitos para estudantes, e o Oficine-se com cursos que ensinam a montar um núcleo de cinema. Outro fator importante é que o ingresso custa R$ 6,00, mas o ideal seria cobrar menos ainda - explica Adailton - <em>Para muitas pessoas, esse é um valor alto. Por isso temos um cadastro de pessoas que têm interesse, mas não podem pagar, e encaixamos essas pessoas nas sessões que têm lugares vagos.</em><br /><br />Na semana passada houve a exibição do filme "Orquestra dos Meninos" no Ponto Cine e contou com a presença do diretor Paulo Thiago e do ator Murilo Rosa para um debate com o público no final da sessão.<br /><br />Adailton conta duas histórias que aconteceram no Ponto Cine: <em>Uma delas é a de uma senhora que nunca tinha entrado num cinema e, quando informada que pessoas da terceira idade pagam meia-entrada, perguntou se só teria direito a ver metade do filme. Outra que também emocionou a equipe do cinema foi uma mulher que tirou as sandálias e, em sinal de respeito, entrou descalça na sala de exibição, também pela primeira vez.<br /></em><br />Salve, Adailton! Palmas por sua excelente iniciativa.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Revista O Globo - Ano 5 - Nº 225 - 16 de novembro de 2008 - Cultura</div>Veronica Castanheirahttp://www.blogger.com/profile/11492171946661933724noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1366987675139889903.post-68349278458929981832008-10-23T06:17:00.000-07:002008-10-23T06:22:07.047-07:00À Adelina e aos que ficam<div align="justify">No final de uma tarde ensolarada, ao olhar para o céu, procurei encontrar o arrebol expressão que minha avó Adelina falava ao referir-se à hora do dia em que o fogo rouba a cena do sol, no exato momento do soar dos sinos e do cântico da Ave-Maria. Um momento quase sagrado onde deveríamos apenas contemplar serenamente a natureza ou como os religiosos chamam estar com Deus em silêncio, longe do barulho das cidades e dos homens, para que possamos nos ouvir e ouvir o outro.Falo de silêncio porque é a única forma que encontro para amenizar a dor da perda, falo, é claro, por meio das palavras que podem ser lidas no silêncio. Durante muitos anos minha avó esperava ansiosamente pelo seu cartão de natal escrito por mim, ela sempre adorou as palavras, principalmente aquelas bonitas, que faziam as lágrimas caírem pelo seu rosto. Ela também escrevia belos cartões de aniversário, depois que crescemos, os nossos presentes vinham em envelopes, tenho todos eles guardados. Outra coisa que ela adorava era procurar os sentidos das palavras, os sinônimos e os antônimos nas palavras cruzadas. De certa forma, herdei isso dela, mas de um jeito diferente, pois a minha maior expressão é por meio das palavras, ao pensar sobre elas, colocá-las no papel, dizê-las ao outro, mostro a minha dor. Assim como expresso o meu amor por todos os que ficam porque é sempre em vida que falamos de amor.</div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify"></div><div align="justify">À minha querida avó Adelina que partiu na noite de de outubro de 2008.</div>Veronica Castanheirahttp://www.blogger.com/profile/11492171946661933724noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1366987675139889903.post-35449372181213716422008-10-14T14:42:00.000-07:002008-10-14T14:57:55.909-07:00The woman's labourUm relato de um mulher trabalhadora, Mary Collier, então uma lavadeira de Petersfield, Hampshire, em 1739:<br /><br /><em>[...] e qundo chegamos em casa,</em><br /><em>Ai de nós! vemos que nosso trabalho mal começou;</em><br /><em>Tantas coisas exigem a nossa atenção,</em><br /><em>Tivéssemos dez mãos, nós as usaríamos todas.</em><br /><em>Depois de pôr as crianças na cama, com o maior carinho</em><br /><em>Preparamos tudo para a volta dos homens ao lar:</em><br /><em>Eles jantam e vão para a cama sem demora,</em><br /><em>E descansam bem até o dia seguinte;</em><br /><em>Enquanto nós, ai! só podemos ter um pouco de sono</em><br /><em>Porque os filhos teimosos choram e gritam</em><br /><em>[...]</em><br /><em>Em todo trabalho (nós) temos nossa devida parte;</em><br /><em>E desde o tempo em que a colheita se inicia</em><br /><em>Até o trigo ser cortado e armazenado,</em><br /><em>Nossa labuta é todos os dias tão extrema</em><br /><em>Que quase nunca há tempo para sonhar.</em><br /><br /><br />Retirado do capítulo "Tempo, disciplina de trabalho e o capitalismo industrial"do livro <em>Costumes em Comum</em> de E. P. Thompson.Veronica Castanheirahttp://www.blogger.com/profile/11492171946661933724noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1366987675139889903.post-45490814712619509802008-08-21T07:42:00.000-07:002008-08-21T07:43:56.141-07:00Pequena Crônica Cotidiana<div align="justify">Ao entrar no ônibus, mais ou menos umas 11h30, como quem não quer nada, perguntei quanto estava o jogo do Brasil e Argentina para a trocadora que ouvia pelo rádio atentamente os últimos informes: 2x0 Argentina, é mole? Apesar de não entender picas de futebol, alimentei uma rasa conversa com ela e com o motorista durante o caminho. A melhor parte, sem sombra de dúvida, foram os comentários do motorista que dizia que os jogadores não jogam por amor à pátria, mas somente por dinheiro, portanto essa seria a justificativa da perda do jogo. É preciso ter amor a pátria, ele repetia com fervor, eu ouvia apenas o grito dele, que precisava apenas que alguém lhe perguntasse. Talvez quisesse dividir a perda "nacional", precisava de uma boa desculpa para não se sentir um perdedor como os jogadores brasileiros. E como cúmplice, quando o ônibus parou no meu ponto, ouvi a sua voz: colega, não fica chateada por isso não! Não vale a pena. <br /><br /><br />Veronica do Rio<br />(pseudônimo plagiado)</div>Veronica Castanheirahttp://www.blogger.com/profile/11492171946661933724noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1366987675139889903.post-60661452470449809942008-08-08T06:26:00.000-07:002008-08-08T06:28:01.048-07:00Um trem para as estrelasCazuza e Gilberto Gil<br /><br />São 7 horas da manhã<br />Vejo Cristo da janela<br />O sol já apagou sua luz<br />E o povo lá embaixo espera<br />Nas filas dos pontos de ônibus<br />Procurando aonde ir<br />São todos seus cicerones<br />Correm pra não desistir<br />Dos seus salários de fome<br />É a esperança que eles tem<br />Neste filme como extras<br />Todos querem se dar bem<br /><br />Num trem pras estrelas<br />Depois dos navios negreiros<br />Outras correntezas<br /><br />Estranho o teu Cristo, Rio<br />Que olha tão longe, alémCom os braços sempre abertos<br />Mas sem protejer ninguém<br />Eu vou forrar as paredes<br />Do meu quarto de miséria<br />Com manchetes de jornal<br />Pra ver que não é nada sério<br />Eu vou dar o meu desprezo<br />Pra você que me ensinou<br />Que a tristeza é uma maneira<br />Da gente se salvar depois<br /><br />Num trem pras estrelas<br />Depois dos navios negreiros<br />Outras correntezasVeronica Castanheirahttp://www.blogger.com/profile/11492171946661933724noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1366987675139889903.post-58171050876494798922008-07-16T13:56:00.000-07:002008-07-16T13:59:05.130-07:00<div align="right"><em><strong>C'est toujours à l'imparfait de l'objectif</strong></em></div><div align="right"><em><strong>que tu conjugues le verbe photographier</strong></em></div><strong></strong><br /><div align="right">Jacques Prévert</div>Veronica Castanheirahttp://www.blogger.com/profile/11492171946661933724noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1366987675139889903.post-86897760920713584492008-05-25T16:07:00.001-07:002008-05-25T16:18:48.328-07:00HIATO:<div align="justify">Um documentário de Vladimir Seixas* </div><div align="justify">Por Vero Castanheira<br /><br />Domingo, nove horas da manhã, Cinelândia. Aos poucos chegavam grupos de homens, mulheres e crianças de todas as idades, aos poucos o cinema Odeon foi sendo ocupado por olhares atentos, curiosos e, de certa forma, felizes. Famílias inteiras, crianças alegres disputavam os lugares do balcão do cinema como se fosse uma brincadeira, é verdade que é bem mais divertido sentar lá em cima. Senhoras e senhores acomodados nas confortáveis poltronas vermelhas da sala, muitos dos homens e das mulheres entravam numa sala de cinema pela primeira vez. </div><div align="justify"><br />Às dez horas todos estavam sentados e ansiosos para a estréia do filme, porém ainda faltava a chegada do último ônibus que trazia mais um grupo de pessoas sem teto. A expectativa do público era grande, não apenas pelo fato de estarem ali, mas essencialmente pela oportunidade de serem vistos na tela.</div><div align="justify"><br />Ser visto, fazer-se ver, ser aceito, ser parte da sociedade, estamos falando de gente e não de coisa descartável. É sobre esta questão que o documentário Hiato:, de Vladimir Seixas nos convida a pensar, ou melhor, nos convida a discutir com seriedade o problema secular da exclusão social no Brasil. </div><div align="justify"><br />O filme reúne imagens de uma visita feita por um grupo de manifestantes do Movimento dos Sem Terra ao Shopping Rio Sul, em Botafogo, no mês de agosto de 2000. Além das imagens registradas pelos jornalistas, há entrevistas com alguns participantes da ocupação sete anos depois e com alguns intelectuais. </div><div align="justify"><br />Numa estratégia bem articulada, os trabalhadores resolvem criar um fato político ao decidirem conhecer um shopping da zona sul carioca. É claro que existe a curiosidade, mas neste caso, a proposta era ser visto e ter o direito de circular pelo espaço público. E não importa se é um templo de consumo ou uma praça, falamos, a princípio, de uma ação política organizada em direção à conquista pela igualdade de direitos. </div><div align="justify"><br />Desde que chegaram ao shopping, o grupo foi abordado pela polícia cuja tentativa de impedimento à entrada não foi possível, porque o grupo estava acompanhado pela imprensa. Desde já podemos perceber a articulação do grupo ao avisar a imprensa um dia antes da ocupação, da mesma forma percebemos a necessidade do grupo em fazer-se ver pelo grande público. De longe foi a melhor crítica à imprensa, na verdade de tirar o chapéu, porque neste caso, não foi a imprensa quem “lucrou” com as imagens, e sim o movimento que ao ser documentado ganha projeção nacional, torna-se um registro inquestionável da exclusão social, que nem mesmo, com todos os seus truques, a imprensa pode reverter o discurso.</div><div align="justify"><br />O que deveria ser uma passagem pelo shopping, torna-se uma desagradável experiência, mais uma vez sofrida, de exclusão social. Os manifestantes perceberam o quanto são descartados pela sociedade e que a presença do grupo neste espaço provoca incômodo e medo na classe média. Uma das cenas notáveis do documentário mostra a náusea sentida pela classe média ao assistir o grupo na praça de alimentação onde todos estavam sentados nas cadeiras e sobre a mesa preparavam sanduíches de mortadela. </div><div align="justify"><br />É assustadora a violência sofrida por estas pessoas, esmagadas socialmente por uma classe aristocrática cujos reflexos são sentidos também nas classes média e baixa. Infelizmente o capitalismo não é somente um sistema político, mas em essência, ideológico que vai consumindo as pessoas de todas as classes sociais, incutindo falsos e imorais valores de felicidade. Um bom exemplo disto pode ser conferido no filme, com a reação preconceituosa dos vendedores com os manifestantes que entravam nas lojas para perguntar os preços e pediam para experimentar as roupas. A expressão repulsiva dos vendedores com os trabalhadores é um bom parâmetro para medirmos o alto grau de desumanidade proporcionado por uma sociedade de aparências. E o pior é que os vendedores também são trabalhadores e, em grande parte, são das classes média e baixa, mas assumem o discurso e a prática das elites políticas.<br /><br />Nesse sentido, os manifestantes do sem terra deram um show de conscientização política, porque além de serem vistos num espaço elitista mostraram também a existência cruel da miséria social. O que até então era conhecido apenas pelas imagens transmitidas pela televisão, mostra-se a olhos nus para um público amedrontado e alienado. Historicamente os burgueses só sentiram medo dos trabalhadores quando os mesmos se mostraram organizados politicamente e descrentes numa possível aliança. </div><div align="justify"><br />Como afirma Elisabeth da Silva, uma das participantes da ocupação, dizem que o Brasil é livre, que existe liberdade, pra quem?<br /><br />* Vladimir Seixas é aluno da Escola de Cinema Darcy Ribeiro. </div>Contato: <a href="mailto:hiato.doc@gmail.com">hiato.doc@gmail.com</a>Veronica Castanheirahttp://www.blogger.com/profile/11492171946661933724noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1366987675139889903.post-73845118770095986262008-04-29T11:03:00.000-07:002008-04-29T11:15:05.340-07:00Burnt Norton<div align="left"><strong>I</strong></div><div align="left"><br /><strong>O tempo presente e o tempo passado<br />Estão ambos talvez presentes no tempo futuro,<br />E o tempo futuro contido no tempo passado.<br />Se todo o tempo é eternamente presente<br />Todo o tempo é irredimível.<br />O que podia ter sido é uma abstracção<br />Permanecendo possibilidade perpétua<br />Apenas num mundo de especulação.<br />O que podia ter sido e o que foi<br />Tendem para um só fim, que é sempre presente.<br />Ecoam passos na memória<br />Ao longo do corredor que não seguimos<br />Em direcção à porta que nunca abrimos<br />Para o roseiral. As minhas palavras ecoam<br />Assim, no teu espirito.<br />Mas para quê<br />Perturbar a poeira numa taça de folhas de rosa<br />Não sei.</strong></div><div align="left"><strong>Outros ecos<br />Habitam o jardim. Vamos segui-los?<br />Depressa, disse a ave, procura-os, procura-os,<br />Na volta do caminho. Através do primeiro portão,<br />No nosso primeiro mundo, seguiremos<br />O chamariz do tordo? No nosso primeiro mundo.<br />Ali estavam eles, dignos, invisiveis,<br />Movendo-se sem pressão, sobre as folhas mortas,<br />No calor do outono, através do ar vibrante,<br />E a ave chamou, em resposta à<br />Música não ouvida dissimulada nos arbustos,<br />E o olhar oculto cruzou o espaço, pois as rosas<br />Tinham o ar de flores que são olhadas.<br />Ali estavam como nossos convidados, recebidos e recebendo.<br />Assim nos movemos com eles, em cerimonioso cortejo,<br />Ao longo da alameda deserta, no círculo de buxo,<br />Para espreitar o lago vazio.<br />Lago seco, cimento seco, contornos castanhos,<br />E o lago encheu-se com água feita de luz do sol,<br />E os lótus elevaram-se, devagar, devagar,<br />A superfície cintilava no coração da luz,<br />E eles estavam atrás de nós, reflectidos no lago.<br />Depois uma nuvem passou, e o lago ficou vazio.<br />Vai, disse a ave, pois as folhas estavam cheias de crianças,<br />Escondendo-se excitadamente.. contendo o riso.<br />Vai, vai, vai, disse a ave: o género humano<br />Não pode suportar muita realidade.<br />O tempo passado e o tempo futuro<br />O que podia ter sido e o que foi<br />Tendem para um só fim, que é sempre presente. </strong></div><div align="center"> </div><div align="center"> </div><div align="left">Primeira parte da poesia <em>Burnt Norton</em> de T. S. Eliot</div><div align="left"><em>Quatro Quartetos</em>, tradução de Maria Amélia neto, 3ª ed., Edições Ática, 1983</div><div align="center"></div><div align="center"></div><div align="center"></div><div align="center"></div><div align="center"> </div><div align="center"></div><div align="center"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div>Veronica Castanheirahttp://www.blogger.com/profile/11492171946661933724noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1366987675139889903.post-61516598025127991652008-04-16T07:39:00.000-07:002008-04-16T08:30:33.350-07:00SALVE A LITERATURA DE CORDEL!<a href="http://bp0.blogger.com/_tWgvfsTJrk8/SAYWQ_f1DBI/AAAAAAAAADA/swRjNc-VLzQ/s1600-h/manifesto+comunista+em+cordel.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5189860101769726994" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://bp0.blogger.com/_tWgvfsTJrk8/SAYWQ_f1DBI/AAAAAAAAADA/swRjNc-VLzQ/s320/manifesto+comunista+em+cordel.jpg" border="0" /></a><br /><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Ao entrar no site da Estante Virtual, deparei-me com a imagem acima do <em>Manifesto Comunista em Cordel.</em> Minha curiosidade foi maior, encomendei o livro e já o devorei. Foi escrito por Antônio Queiroz de França, um dos diretores da SAPOEMA - Sociedade dos Poetas e Escritores, Trovadores e Folheteiros do Estado do Ceará, além desta publicação, Antônio escreveu também: Antônio Conselheiro e a Guerra de Canudos, A História da Heroína Olga Benário, Luiz Carlos Prestes - O Cavaleiro da Esperança, As Aventuras do guerrilheiro Che Guevara, dentre outros.</div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify"></div>Veronica Castanheirahttp://www.blogger.com/profile/11492171946661933724noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1366987675139889903.post-89515341301326465562008-03-24T20:03:00.000-07:002008-03-24T20:26:06.168-07:00Minha passagem pelo cinema<a href="http://bp1.blogger.com/_tWgvfsTJrk8/R-hrtne18zI/AAAAAAAAAC0/m31a1bxHlsQ/s1600-h/MMastroiani+copy.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5181509802726388530" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://bp1.blogger.com/_tWgvfsTJrk8/R-hrtne18zI/AAAAAAAAAC0/m31a1bxHlsQ/s320/MMastroiani+copy.jpg" border="0" /></a><br /><div>Como todos sabem, apesar dos meus 34 anos, já fiz muita coisa na vida. Embora tenha feito tudo pela metade (mas com profundidade), já passei por Letras, Arquitetura, Artes Visuais, Design Gráfico, Fotografia e etc, enfim um currículo de vida e tanto, mas que ainda tem muito o que acrescentar...</div><div><br />Depois de tanto circular pelo meio acadêmico (juro, não aguento mais!); tudo bem, vocês vão dizer que ainda tem o mestrado e o doutorado. Tá, penso nisso depois, mas, enfim, me encontrei na História e, é claro, como professora.<br /><br />Portanto, resolvi ilustrar os meus 34 anos, com um documento iconográfico raro: a minha passagem pelo cinema, principalmente ao lado do homem mais bonito e galante da história.</div>Veronica Castanheirahttp://www.blogger.com/profile/11492171946661933724noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1366987675139889903.post-45570739916086959892008-03-08T09:20:00.000-08:002008-03-08T09:21:23.210-08:00O que significa ser mulher no século XXI?Por Vero Castanheira<br /><br />Aproveito a data simbólica para levantar uma questão:<br />O que significa, hoje, comemorar o dia da mulher?<br /> <br />Vocês já pararam um segundinho, sequer, para pensar sobre isso? Sem, claro, envolver toda essa parafernália consumista ou mesmo um romantismo em torno desta questão?<br /> <br />Pois é, não sei se temos muito o que comemorar. Observo, converso, percebo atitutes machistas em muitas mulheres, as vezes, penso que a mentalidade feminina não se desenvolveu tanto quanto as mudanças estruturais na economia e na política alcançadas, é claro, pelas lutas e movimentos sociais em prol de melhores condições de trabalho e etc. <br /> <br />Antes mesmo que meus amigos e amigas marxistas me joguem pedras, deixo claro que as mulheres que estou me referindo neste texto são, em boa parte, de classe média e,quanto pior, àquelas que absorvem a informação por ela mesma, ou seja, não refletem sobre o que vivem. <br /> <br />Muitas mulheres tem uma idéia completamente confusa em relação a libertar-se dos padrões morais e sociais, principalmente quando associam ao sexo. Como se o ato de "trepar" significasse libertação, pra quem? Trepar é maravilhoso, mas quando o prazer é mútuo. Embora nossas vidas sejam reguladas por padrões e uma moral estúpida do século XXI - ainda que a mídia e outros aparatos ideológicos tentem nos convencer que não - é incrível como ainda é um tabu falar de prazer.<br /> <br />Quantas de vocês conhecem o próprio corpo? Quantas se masturbam e sentem um prazer enorme sozinhas, sem o precioso falo? Embora estas questões já tenham sido levantadas com muito mais força e embasadas em teorias e práticas pelo movimento feminista, de meados do século XX, não significa dizer que estas idéias tenham sido apropriadas e discutidas no tempo presente. Até mesmo por não se falar disso ou ter a vergonha de falar sobre isso, é um indício de uma sociedade machista e repressora. Só que com uma diferença: a responsabilidade de uma mudança efetiva na mentalidade é das mulheres. Claro que a superação dos valores machistas depende de homens e mulheres, mas cabe a mulher contemporânea rever comportamentos, principalmente através da reflexão. <br /> <br />Vejam só, quando digito no google imagens a palavra "mulher" os significados visuais que aparecem são:centenas de fotografias todas vinculadas a sexualidade masculina, ou seja, mulheres nuas, oferecendo seus corpos à degustação, ou então, imagens idílicas como se a mulher fosse somente candura, serenidade, maternidade e etc. Pior ainda são os cartazes criados para comemorar o dia da mulher, abaixo envio um cartaz de extremo mau gosto cuja imagem nos mostra uma mulher que esconde o rosto como se estivesse envergonhada da comemoração pelo seu dia, afinal, é importante valorizar determinados aspectos convenientes ao se pensar sobre a mulher, conforme vocês poderão ler na definição do que é ser mulher. <br /> <br />Outra visão social (inserida na lógica maniqueísta) é da "mulher mãe", como se a mulher somente pudesse se realizar como tal no momento da maternidade. Gente, isso é medieval! E quanto pior, uma visão religiosa do papel da mulher na sociedade. Tantas leituras já foram feitas sobre esta idéia, tanto na literatura quanto nas imagens ao longo do tempo. Isso nos aponta um caminho: como as imagens revelam e propagam valores morais e culturais e o quanto permanecem no imaginário social. As imagens do google não estão longe disso. Quem é que controla o que deve ser veiculado nesta mídia? <br /> <br />Naturalmente eu não sou livre o suficiente para me colocar no papel de libertadora das mulheres do século XXI, mas isso não quer dizer que não posso levantar esta questão. Aliás, uma coisa que me incomoda muito é essa lógica do tempo presente que necessita dar uma resposta imediata a todas as questões, é claro, que faz parte da mecânica acelerada de nossos tempos onde a velocidade é sinônimo desenvolvimento.<br /> <br />Quando levanto a questão O que é ser mulher no século XXI? Certamente não procuro resposta numa prova de múltipla escolha, muito menos resposta alguma referenciada em práticas e teorias. Questiono porque a reflexão é a minha práxis e de que adianta refletir no silêncio? <br /> <br />Quem não conhece a história que reconhece o dia internacional da mulher, pesquise. Não tem nada a ver com essa publicidade inventada em torno das virtudes morais da mulher. Mas, é claro, não é nenhum pouco interessante resgatar a luta das mulheres por melhores condições de trabalho em direção ao reconhecimento dos direitos sociais. <br /> <br />Uma curiosidade: a cor rosa como símbolo da feminilidade é algo inventado posteriormente. A primeira cor utilizada pelas mulheres como bandeira da luta foi o vermelho. Só que o vermelho lembra o comunismo, não é? O Rosa é mais suave, remete a candura, ao sexo frágil. <br /> <br />Essas são algumas questões levantadas, ainda há outras de igual importância, mas deixo para vocês pensarem e se quiserem debater comigo. Mesmo com a desculpa de quem não tem tempo para ler, pensar e escrever, envio esta discussão que considero importante. Não perco a esperança de discutir sobre o que vivemos. Até porque não creio que vivemos num mundo de Alice onde todas as questões estão resolvidas ou como na frase estúpida e passiva de que isso é assim mesmo e nada vai mudar.Veronica Castanheirahttp://www.blogger.com/profile/11492171946661933724noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1366987675139889903.post-31965011433786240832008-03-06T07:54:00.000-08:002008-03-06T07:55:48.572-08:00Je ne regrette rienNon, rien de rien,<br />non, je ne regrette rien,<br />Ni le bien qu'on m'a fait,<br />ni le mal, tout ça m'est bien égal.<br /><br />Non, rien de rien,<br />non, je ne regrette rien,<br />C'est payé, balayé, oublié,<br />je me fout du passé.<br /><br />Avec mes souvenirs,<br />j'ai allumé le feu,<br />Mes chagrins mes plaisirs,<br />je n'ai plus besoin d'eux.<br /><br />Balayés mes amours,<br />avec leurs trémolos,<br />Balayés pour toujours<br />je repars à zéro...<br /><br />Non, rien de rien,<br />non, je ne regrette rien,<br />Ni le bien qu'on m'a fait,<br />ni le mal, tout ça m'est bienégal.<br /><br />Non, rien de rien,<br />non, je ne regrette rien,<br />Car ma vie, car mes joies,<br />Pour aujourd'hui<br />Ça commence avec toi<br /><br />Chanson: Michel Vaucaire e Charles DumontVeronica Castanheirahttp://www.blogger.com/profile/11492171946661933724noreply@blogger.com0