segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Ponto Cine, ponto de ebulição

No último domingo, na revista do jornal O Globo foi publicada uma matéria muito interessante e sensível sobre a sala de cinema Ponto Cine em Guadalupe. Gostaria de reproduzi-la por inteiro, mas estou sem tempo para digitar. Então escolhi alguns trechos da mesma e reproduzo, abaixo, quem tiver a revista vale a pena lê-la. Escrita pelo jornalista Marcelo Balbio, a matéria valoriza a iniciativa de Adailton Medeiros, o idealizador da sala, e seus espectadores. Ao conversar com a dona Rosa Maria da Luz Silva, de 59 anos, frequentadora assídua da sala desde 2006 quando foi inaugurada, ela conta um pouco sobre sua experiência: Na época, pouca gente sabia que o cinema tinha sido aberto. Eu fui uma das primeiras. Adoro isso aqui. Já fiz até poesia para o Ponto Cine:
Ponto de admiração, de quem o visita, pela primeira vez
Ponto de ebulição, de diálogos, debates, questões, interrogações
Ponto de encontro, de amigos e tribos, Zona Norte, Oeste e Sul
Ponto de confluência, de diferentes estilos, cinema nosso - novo e antigo
Ponto de passagem, de viagem, na hora mágica do filme
Ponto Cine, nunca ponto, final, sempre ponto, de partida.

Para atrair a atenção dos espectadores para o cinema, uma van percorre praças, escolas, bailes funk e outras áreas da vizinhança, exibindo traillers dos filmes. Também faz campanhas em rádios comunitárias e mantém projetos como o Pró-Social Cinema, patrocinado pela Petrobrás, que exibe filmes gratuitos para estudantes, e o Oficine-se com cursos que ensinam a montar um núcleo de cinema. Outro fator importante é que o ingresso custa R$ 6,00, mas o ideal seria cobrar menos ainda - explica Adailton - Para muitas pessoas, esse é um valor alto. Por isso temos um cadastro de pessoas que têm interesse, mas não podem pagar, e encaixamos essas pessoas nas sessões que têm lugares vagos.

Na semana passada houve a exibição do filme "Orquestra dos Meninos" no Ponto Cine e contou com a presença do diretor Paulo Thiago e do ator Murilo Rosa para um debate com o público no final da sessão.

Adailton conta duas histórias que aconteceram no Ponto Cine: Uma delas é a de uma senhora que nunca tinha entrado num cinema e, quando informada que pessoas da terceira idade pagam meia-entrada, perguntou se só teria direito a ver metade do filme. Outra que também emocionou a equipe do cinema foi uma mulher que tirou as sandálias e, em sinal de respeito, entrou descalça na sala de exibição, também pela primeira vez.

Salve, Adailton! Palmas por sua excelente iniciativa.
Revista O Globo - Ano 5 - Nº 225 - 16 de novembro de 2008 - Cultura

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