quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Por um ano poético

A poesia da vida se faz no dia-a-dia
Não uma vida poética, que isso não existe.
A poesia da vida não se escreve
Se encontra nos olhos nos olhos
No gesto solidário
Na batalha diária que renova a esperança

A poesia da vida é simbólica
Porque não real
Se bem que antes do signo
Houve o gesto

Parece estar no passado
Numa fotografia desbotada
Restaurada pela lembrança
Como um presente de natal

Mas também está no presente
Aqui, agora, neste momento de encontro imaterial
Por isso clamo pela poesia
Porque sem ela somos bem pouco

Clamo pela vida
Que é o coletivo do ser humano
E para ser poética não pode ser individual, nunca
É preciso sonhar junto
Por um mundo melhor
Poético? quem sabe ...
Mas essencialmente humano

Por isso minha vida
Que não é exemplo neste mundo efêmero
de coisas supérfluas, hipócritas e desiguais
caminha em linha torta
como os poetas subversivos

A poesia da vida
Encontra-se na eterna construção da casa
O abrigo de todos os homens, mulheres e crianças
e sinônimo de liberdade, igualdade e justiça.

Vero Castanheira

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